domingo, 21 de junho de 2009

" Atraía-lhe o afeto da suave chuva, mas o coração queria tempestade.
(Gilberto Brandão Marcon)

" Os olhos mentem dia e noite a dor da gente
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
[...]
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

[...]

Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
(Realejo - Teatro Mágico)


" Quando eu me perco é quando eu te encontro
Quando eu me solto seus olhos me vêem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho eu me sinto tão bem

Você me fez sentir de novo o que eu
Já não me importava mais
Você me faz tão bem
(Você me faz tão bem - Detonautas)

" Sinto tua presença e a lembrança que eu tenho de você
Me faz querer te abraçar
Querer te encontrar

Das coisas que digo sobre a gente ter coragem
Às vezes me esqueço e quando vejo, outro dia clareou
E eu fiquei aqui

[...]

Sigo os seus passos invento certezas
É certo que fracasso algum será capaz de me fazer desistir
Porque eu não vou me entregar, eu não vou desistir
E se eu puder fazer por ti o que ninguém jamais fez por mim
Eu faço
(Verdades do Mundo - Detonautas)

Sinto tanto.

Sei lá, eu nunca sei mesmo. Sinto tanto, mas nunca sei o que sinto. E se não sei, não consigo expressar - é que tá tudo preso aqui, meu maldito auto-controle não lhe deixa sair. Eu nunca pude falar do que sentia. E agora é meio estranho, de repente, ter total liberdade. E, quem diria, dá medo, e eu o repudio. Mas algumas vezes sentimos coisas que não controlamos, elas nos controlam, e o medo, às vezes, é uma delas. Afinal, arianos são as pessoas que mais se arriscam em tudo, mas, talvez por amor, talvez por medo mesmo, elas jamais arriscam seu amor. Malditos arianos. Malditos geminianos, aliás.
Eu sei, eu sei. Não tenho a menor chance com ele. Ora pois, ele é hétero. Há muito que eu tenho consciência disso, mas ele me faz tão bem que preferi viver esse amor platônico. E se eu fiz uma escolha, hei de sofrer as consequências, boas ou más. E, por mais que já se tenha perdido as esperanças, já se tenha desistido de viver mais que uma amizade, jamais será sequer suportável que se ouça, da parte do amado, que ele andou espalhando sua semente por aí (sim, eu sou péssimo com eufemismos). E o que se há de fazer?
Talvez sofrer. Mas eu não lido bem com o sofrimento. Eu não o vivo, eu o afasto e descubro minhas próprias soluções, para um problema que não as tem. Uma delas é tentar escrever uma poesia. Mas não me vem nenhum verso. Sinto tanto, mas nunca sei o que sinto. E se não sei, não consigo expressar.